quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Avós da Via Láctea são descobertas

Estudo apresentado na reunião anual da Sociedade Astronômica Norte-Americana mostra a descoberta, a 12 bilhões de anos-luz, de formações ancestrais de galáxias espirais como a que contém o Sistema Solar (divulgação)
Divulgação Científica

09/01/2008

Agência FAPESP – Formações ancestrais de galáxias espirais como a Via Láctea acabam de ser descobertas por um grupo de astrônomos nos Estados Unidos.

Os antigos objetos estão entre as primeiras galáxias a se formar, em um momento em que o Universo tinha apenas 2 bilhões de anos.

Como o Universo tem estimados 13,7 bilhões de anos, isso significa que a luz dessas galáxias viajou por quase 12 bilhões de anos até chegar à Terra e poder ser registrada.

As formações descobertas são relativamente pequenas, com em média um décimo do tamanho e um vigésimo da massa da Via Láctea.

Elas também contam com menor número de estrelas, cerca de 40 vezes menos.

Ao serem observados por telescópios na superfície, os objetos pareciam estrelas individuais.

Entretanto, observações feitas por meio do telescópio espacial Hubble mostraram que se tratavam de galáxias com atividade de formação de estrelas.

Segundo os astrônomos, algumas das galáxias descobertas se reuniram em grupos de dez ou mais para formar, após bilhões de anos, galáxias espirais.

“Sabíamos que, de acordo com a teoria cosmológica, galáxias espirais tinham que evoluir a partir de galáxias com pequena massa, como essas, mas o desafio era encontrá-las.

Galáxias da infância do Universo haviam sido descobertas anteriormente, mas eram maiores e estavam destinadas a evoluir em galáxias elípticas, não espirais”, disse Eric Gawiser, professor do Departamento de Física e Astronomia da Universidade Rutgers.

A descoberta foi apresentada nesta terça-feira (8/1) por Gawiser e Caryl Gronwall, do Departamento de Astronomia e Astrofísica da Universidade Penn State, na reunião anual da Sociedade Astronômica Norte-Americana, que termina no dia 11, em Austin, no Texas.

“Encontrar esses objetos e descobrir que eles representam um passo na evolução de nossa galáxia é como descobrir um fóssil fundamental na história da evolução humana”, disse Gawiser.

http://www.agencia.fapesp.br./boletim_dentro.php?data[id_materia_boletim]=8266